Por Patrícia Letro, historiadora da equipe Stratus Arqueologia e Patrimônio Cultural
Percebe-se que o empreendimento, que tem à frente um de seus proprietários, Paulo de Araújo, tem profunda sensibilidade e discernimento quanto à necessidade de proteção do sítio. Paulo, juntamente com alguns de seus funcionários, e aqui cabe destacar a participação do “Preto”, criaram uma relação de pertença com os muros de pedra, a ponto de se tornarem verdadeiros guardiões das estruturas. Ambos nutrem um sentimento de carinho e curiosidade acerca da funcionalidade dos muros e sempre acompanham a equipe de Arqueologia, ajudando nas elocubrações sobre a via, bem como a funcionalidade de partes específicas da estrutura.
Paulo e Preto estão sempre preocupados em deixar o caminho e muros limpos, pois a estrutura traz ao local uma paisagem bucólica, que tem o Pico Itabirito como pano de fundo. Outros funcionários do empreendimento, além de Paulo, sempre comentam sobre a relação criada por Preto com as estruturas, principalmente após seu entendimento de que se tratava de um sítio arqueológico que é testemunho de um período histórico tão presente na memória local.
Para a equipe de Arqueologia, a experiência de participar das pesquisas nesse sítio tem sido marcada pelo entusiasmo e prazer pela oportunidade de contribuir com um projeto que tem como objetivo a preservação das estruturas arqueológicas, bem como o desenvolvimento de atividades voltadas para a comunidade local, que visam proporcionar a sua integração a um espaço que conta, também, a história de cada um deles.
Caminhar entre os muros do Sítio Arqueológico Muro do Maracujá é passear pelo passado e vislumbrar as muitas possibilidades que a estrutura pode trazer para a região a partir da pesquisa arqueológica e seus desdobramentos.